domingo, 10 de agosto de 2008

Janeiro/2006

terça-feira, 24 de janeiro de 2006



Cinco anos mais moça, cabeça mais inocente, sonhos, vontade de viver, uma grande perda.

Naquele dia, como em todos os próximos durante três anos, ela não olhou pela janela daquele ônibus para aquele lado enquanto passava naquele trecho daquela rua. Desceu três pontos antes, cara inchada, óculos escuros, cabelos despenteados. Andou sem rumo, procurou tanto, sentiu um aperto no peito, continuou andando e procurando. Não via mais, nem verá... a não ser em sonho. Por quê?

Robusto, alegre, brincalhão, engraçado, cuidadoso com ela, arruaceiro, presepeiro, querido. Cabeça levemente calva, grisalha, sombrancelhas grossas, óculos, camisa aberta, um buchinho, cinturão, zapragatas, relógio. Ele cozinhava pra ela e um dia ela tentou cozinhar pra ele. Elogiou mas não comeu. Algumas vezes. Ela corrigia ele... e ele nem se aborrecia. Nenhuma vez. Paciente, bem-humorado, se não fosse aquela testada na manga de vez em quando.

Hoje, saudade. Ela ainda pensa nele e sente muito a sua falta. Eternamente? O lugar dele no coração dela é. Igual ao amor, eterno.

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