quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Peixinha



Desde pequena gostei muito de esportes. Era a primeira a chegar na aula de educação física, fazia com gosto polichinelo, agachamento, corrida, subia escada. Lembra? :) De tudo já experimentei um pouco: handebol, futsal, vôlei, basquete, futebol de campo, capoeira, karatê, judô, musculação, atletismo, natação, hidroginática... e por aí vai. Então passei uns tempos sem poder colocar minhas habilidades atleticas em dia, mas estou aí recuperando o tempo perdido, descobrindo outras coisas que me dão satisfação, depois eu conto mais.

Na família somos eu e Painho, os dois acelerados! É comigo que ele conversa sobre futebol e é para mim que ele envia os torpedos dizendo que time do quê está classificado para o campeonato tal. E eu adoro! E quando estamos juntos assistimos da ginástica rítmica à luta livre. Da última vez que estive lá na casa dele, foi me mostrar a mini academia que montou: esteira, bicicleta ergométrica, remo, aparelho de abdominal, aparelho giratório pra cintura, uns pesos... aí juntamos a fome com a vontade de comer. Eu fiquei doida pra testar tudo e ele ficou doido que eu testasse e falasse o que achei!

Aí começou a maratona, eu ia seguindo tudo que o mestre mandava: Aquece na bicicleta. Cinco minutos. Mais peso. Mais dez. Mais peso. Mais cinco. Agora, acelera, mais dez e pronto. Mede frequência cardíaca, pressão. Vai pra esteira, anda cinco. Cansou? Não. Anda mais ligeiro. Pi, pi, pi, pi, pi... Anda mais cinco. Mede frequência. Está boa. Pi, pi, pi, pi, pi... Corre! Pronto, agora só mais cinco minutos e completa uma hora de tudo. Aí depois faz o remo uns dez minutos e uns cento e cinquenta abdominais.

- Pai, ainda bem... bem... que aqui num, não tem piscina, né?
- Por que?
- :)
- ;)

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Elas precisam de amor

Mais uma vez aquele papo chato sobre as diferenças entre homens e mulheres. Não, nem sobre inversão de papéis, mas sobre o que verdadeiramente importa. O que conta para elas? Não é novidade que em rodas femininas rola todo tipo de assunto, mas em boa parte das vezes o assunto é o que elas esperam e porque se decepcionam. A primeira grande lição talvez seja entender que embora essa mulher atual seja diferente do homem, em tudo, no fundo espera mais ou menos o que ele também espera dela. Sabe a lei da compensação, do equilíbrio, da troca? Não? Sabe então olho por olho, dente por dente? Ahhh... agora sabe, não é?!

Na verdade a intenção não é tornar a vida uma disputa, pelo contrário, ela quer é parceria, cumplicidade. E talvez isso seja o mais importante. Um parceiro, cúmplice é muito mais do que uma companhia integral, é aquele que mesmo não estando ao lado o tempo todo, ela sabe que pode contar com ele o tempo todo, pode ter confiança. É aquele alguém que se interessa de fato pelo que ela faz, tem curiosidade de saber como é seu trabalho, sua vida, que compreende seus objetivos, acredita nos seus sonhos, vibra em saber dos progressos, fica verdadeiramente feliz com isso e torce para que chegue mais longe ainda. É aquele que se importa com o que ela sente, com suas preocupações, que entende as angústias, os medos, dá força para continuar e que esteja ali também para abrir o olhos, para dar uma opinião sincera, um outro ponto de vista e não apenas para dizer "amém" a tudo que ela pensa. E o mais essencial: aquele que da mesma forma quer dividir seus sonhos, juntando-os em um só, compartilhar também a sua vida. Não tem vergonha de assumir seus medos, fraquezas, erros e que dá importância à opinião ou ponto de vista dela. É aquele que também vê nela cumplicidade, parceiria e confiança.

É crucial que ele tenha sua individualidade e respeite a dela, que haja da mesma forma com ou sem a sua presença, que não seja grudento nem dependente e admire como ela mantém os amigos. Que tenha interesse de conhecer seus círculos e se entrosar neles também, tenha gosto de ser a companhia dela, de ser o escolhido. Que respeite seu pai e mãe como a coisa mais preciosa, e que não deseje o mal nem aos desconhecidos.

Como dá para perceber, o homem que essa mulher espera não é o ser humano pefeito, mas é aquele que acima de tudo respeite seu tempo e limites, que não ache que ela tem que agir ou seguir por onde ele determinar sem valorizar as etapas que ela acha importante, que não tenha pressa e conquiste-a a cada dia como se fosse o primeiro, que faça sempre o seu melhor, com capricho, com gosto e atenção, tirando o melhor de cada minuto ao seu lado. É aquele que sorri quando a vê, que não tem vergonha dela, independente de como esteja vestida, se conta uma piada boba ou lhe beija no nariz. Que tenha orgulho dela, de apresentá-la, de que todos vejam como ele está feliz ao seu lado. Que lhe dê valor... flores, chocolates ou o seu melhor sorriso.

Um homem que também a faça rir e sorrir. Que goste de agradar e se deixe ser agradado, que ande de mãos dadas, que dance com ela na rua, brinque, conte piada, faça cafuné e beije na testa, que queira casar e ter filhos... passar o resto da vida ao seu lado. Que a trate do mesmo jeitinho a sós ou na frente dos outros, que note quando ela pintou as unhas ou cortou os cabelos. Que goste de dormir junto e confie nela até de olhos fechados. Ela quer estar nos seus planos, sejam eles quais forem.

Talvez o nome disso seja amor. Se ele existir.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Na dança da motinha...






- Vendedor: Pronto! Aqui a nota fiscal, garantia, ferramentas, capacete... quem vai levar?
- Ale: Eu mesma!
- Vendedor: Ahhh... você já pilota?
- Ale: Não, nunca pilotei não...
- Vendedor: E tem certeza que quer levar mesmo? Não tem medo?
- Ale: Nãaoo, bote ali na pista pra mim! ;)

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Meu querido "Barriga Cheia"

Esse é o pseudo-nome do Restaurante Popular mantido em algumas cidades do RN pelo governo do Estado. Oferece almoço de segunda a sexta-feira, no horário de 11:00h às 13:00h, pelo preço de R$ 1,00. Desde a semana passada "o Barriga", como o chamamos carinhosamente, está num prédio novo e eu fui almoçar lá ontem pela primeira vez.
Como estava sozinha, pude notar com mais detalhes as diferenças. Antes era num prédio mais antigo, anteriormente usado como salão de festas, coberto só em cima e onde almoçávamos era bem ventilado. Além do que, ficava abaixo do nível do rio que passa bem próximo, tanto que para chegar lá era preciso entrar numa rua de paralepípedos com declive e por conta disso, quando chovia muito e o rio enchia, alagava.

O prédio novo é um galpão, que não posso dizer ainda se fica muito quente porque ontem estava chovendo muito quando cheguei e enquanto almocei, tanto é que os rapazes que servem nem estavam muito suados. Ficava todo mundo expremido na entradinha, o maior vuco-vuco. Por falar em gente, esse é um bom exemplo de lugar democrático, pois se pode achar de todo tipo: pedinte, idoso, criança, vendedor, engraxate, estudante, dona de casa, mestranda :)... e todo dia as figurinhas carimbadas marcam presença. Tem até gente que faz amizade.

Enquanto eu tentava me esquivar da chuva um senhor gritou da fila de comprar a ficha:
- Bastião! Cadê meu real?
Ria tão alto que dava pra ver a saliva respingando, enquanto coçava o suvaco.
- Vai trabalhaaaar em vez de querê cumê às custa dos zoto, infiliz!
Riu Batião com os poucos dentes que tinha.
Também tem o velhinho que pede dinheiro:
- Pode sê 1 real, 5 ou 10, pode sê moeda pouca ou muita, pode sê no cartão ou no cheque e eu aceito pré-datado! Ajude o véi a completá o dinheiro do de cumê!
Fala bem assim, enquanto se arrasta no chão segurando uma bengala surrada. Esse é o mesmo que quando está almoçando pede laranja ou rapadura para quem senta ao lado.

Tem o pastor, que fica lendo a bíblia e pregando para o pessoal da mesa depois que almoça. O povo olha, tem os que gostam e participam, tem os que nem dão atenção e até os que discutem. O pobre do velhinho fica tão nervoso!

Agora, o corredor de controle da fila é com barras de alumínio em cima de suportes de ferro chumbados no chão, tão diferentes dos ferros descascados do outro prédio, os balcões são de granito (chique, Bein!), as mesas novas de fórmica, as cadeiras de plástico tão novinhas (ainda estão até com os adesivos da marca!) e bem melhores do que os bancos de madeira sem encosto que estávamos acostumados.

A pia de lavar as mãos fica no caminho das bandejas e de lá já dá para ver a cozinha com janela de vidro, o fogão industrial e as estufas. Só não olhei melhor porque me distraí com pena da mamãe segurando o bebezinho gripadinho, espirrava tantoooo.

É servida uma refeição completa nutricionalmente. Ontem, por exemplo, tinha feijão (adorei que não tinha cominho), arroz, frango assado, fígado ao molho, cuscuz, salada de repolho (eu já notei que a safra dura o ano inteirinhooo) com alface, suco de laranja e de sobremesa tinha goiabada. Inclusive a nutricionista estava lá ajudando a organizar a fila de forma que não ficasse ninguém tomando banho e chuva, numa dessas quando eu fui afastar quase derrubo os caroços de arroz do bigode do homem que estava numa mesa atrás de mim.

Os funcionários todos trabalham com o uniforme completo e todo branquinho composto de gorro, máscara, bata, calça, galocha, avental e luvas. Além disso, agora tem umas moças simpáticas arrumando as cadeiras das mesas que o pessoal vai saindo, uma delas até se ofereceu para levar a bandeja do senhorzinho que estava ao meu lado e como ele esqueceu de pegar o guardanapo que ela levou junto, acabou limpando o restinho de caldinho de feijão e cuscuz do cantinho da boca com a gola da camisa. Tadinho! Deve ter ficado com vergonha de pedir para ela voltar.

Lá também se tem respeito pelos idosos, eles não têm que enfrentar fila :) graças à Deus! Fiquei me botando no lugar da senhora que passou com as pernas fazendo nó de varizes, caso ela não pudesse ir pro início da fila.

No Barriga é todo dia a maior animação, muita gente que talvez não tivesse como se alimentar bem pode ter um almoço completo pela metade do valor de um salgado. Para quem não vai ter salário esse mês, está bom demais!

Hoje vai ser arroz, feijão, hambúrguer, peixe frito, pirão de peixe, salada (de repolho, claro!), suco e banana de sobremesa. Vamos?

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Mentiras

Quantas mentiras nos contaram; foram tantas, que a gente bem cedo começa a acreditar e, ainda por cima, a se achar culpada por ser burra, incompetente e sem condições de fazer da vida uma sucessão de vitórias e felicidades. Uma das mentiras: É a que nós, mulheres, podemos conciliar perfeitamente as funções de mãe, esposa, companheira e amante, e ainda por cima ter uma carreira profissional brilhante. É muito simples: não podemos.

Não podemos; quando você se dedica de corpo e alma a seu filho recém-nascido, que na hora certa de mamar dorme e que à noite, quando devia estar dormindo, chora com fome, não consegue estar bem sexy quando o marido chega, para cumprir um dos papéis considerados obrigatórios na trajetória de uma mulher moderna: a de amante.

Aliás, nem a de companheira; quem vai conseguir trocar uma idéia sobre a poluição da Baía de Guanabara se saiu do trabalho e passou no supermercado rapidinho para comprar uma massa e um molho já pronto para resolver o jantar, e ainda por cima está deprimida porque não teve tempo de fazer uma escova?

Mas as revistas femininas estão aí, querendo convencer as mulheres - eos maridos - de que um peixinho com ervas no forno com uma batatinha cozida al dente, acompanhado por uma salada e um vinhozinho branco é facílimo de fazer - sem esquecer as flores e as velas acesas, claro, e com isso o casamento continuar tendo aquele toque de glamour fun-da-men-tal para que dure por muitos e muitos anos.

Ah, quanta mentira!

Outra grande, diz respeito à mulher que trabalha; não à que faz de conta que trabalha, mas à que trabalha mesmo. No começo, ela até tenta se vestir no capricho, usar sapato de salto e estar sempre maquiada; mas cedo se vão as ilusões. Entre em qualquer local de trabalho pelas 4 da tarde e vai ver um bando de mulheres maltratadas, com o cabelo horrendo, a cara lavada, e sem um pingo do glamour - aquele - das executivas da Madison.

Dizem que o trabalho enobrece, o que pode até ser verdade. Mas ele também envelhece, destrói e enruga a pele, e quando se percebe a guerra já está perdida. Não adianta: uma mulher glamourosa e pronta a fazer todos os charmes -aqueles que enlouquecem os homens - precisa, fundamentalmente, de duas coisas: tempo e dinheiro. Tempo para hidratar os cabelos, lembrar de tomar seus 37 radicais livres, tempo para ir à hidroginástica, para ter uma massagista tailandesa e um acupunturista que a relaxe; tempo para fazer musculação, alongamento, comprar uma sandália nova para o verão, fazer as unhas, depilação; e dinheiro para tudo isso e ainda para pagar uma excelente empregada - o que também custa dinheiro. É muito interessante a imagem da mulher que depois do expediente vai ao toalete - um toalete cuja luz é insuportavelmente branca e fria, retoca a maquiagem, coloca os brincos, põe a meia preta que está na bolsa desde de manhã e vai, alegremente, para uma happy hour.

Aliás, se as empresas trocassem a iluminação de seus elevadores e de seus banheiros por lâmpadas âmbar, os índices de produtividade iriam ao infinito; não há auto-estima feminina que resista quando elas se olham nos espelhos desses recintos. Felizes são as mulheres que têm cinco minutos - só cinco - para decidir a roupa que vão usar no trabalho; na luta contra o relógio o uniforme termina sendo preto ou bege, para que tudo combine sem que um só minuto seja perdido.

Mas tem as outras, com filhos já crescidos: essas, quando chegam em casa, têm que conversar com as crianças, perguntar como foi o dia na escola, procurar entender por que elas estão agressivas, por que o rendimento escolar está baixo.

E ainda tem as outras que, com ou sem filhos, ainda têm um namorado que apronta, e sem o qual elas acham que não conseguem viver . Segundo um conhecedor da alma humana, só existem três coisas sem as quais não se pode viver: ar, água e pão. Convenhamos que é difícil ser uma mulher de verdade; impossível, eu diria. Parabéns para quem consegue fingir tudo isso....

Danuza Leão













Ps: Recebi por e-mail da minha querida Auxilia, linda, inteligente e engraçada... que eu adoro! Achei muito interessante e já tinha pensado sobre isso aqui antes. Beijos e obrigada!

terça-feira, 9 de junho de 2009

Desesperos da vida privada



Posto de gasolina na beira da estrada, duas horas e meia de espera. Calor, sono, fome, sede. Almoço, bela surpresa, Rubacão. Linguiça, salada, refrigerante.

Depois de satisfeita, ela foi escovar os dentes. Banheiro limpo, organizado. Pia 1: Não saiu água na torneira. Pia 2: Saiu muita (eu disse muita) água da torneira. Lavou as mãos, lavou o rosto, tentou fechar a torneira e nada. Então pegou a escova, olhou para a pia, passou creme dental, olhou para a pia, a água estava meio amarela. Molhou a escova com creme e assim que tirou debaixo da torneira, sairam restos mortais de algum animal pela torneira. E no meio da ânsia de vômito ela percebeu que na verdade era apenas um pedaço de folha seca. Alívio.

Começou a escovar, shuvpt, shuvpt, shuvpt e notou que a pia estava começando a encher. Acelerou a escovação, shuvpt-shuvpt-shuvpt, a pia continuava a encher, shu-shu-shupt, shu-shu-shuvpt, não parava de encher. A pia estava prestes a transbordar e molhar todo o banheiro, shshshshupt, a água iria escorrer pelo chão até o salão onde os outros clientes estavam almoçando.

Pensou em chamar a gerente e avisar. Mas com a boca cheia de creme dental? Shuvpt, enquanto a escova estava na mão esquerda, começou a pegar a água amarela com a mão direita, hora lavava a boca e cuspia na pia seca, hora despejava o punhado de água na escova, para cada enxague um deslocamento lateral (imagine a dança do siri!).

A pia agora ia transbordar de verdade, não ia dar tempo. No ápice do desespero ela viu que tinha que fazer alguma coisa e ainda com creme dental na boca correu para chamar alguém, meio timidamente:

- Eoei! Cavde a mofcha que travaw avdentenvdo afquiw?
(Tradução: Ei, cadê a moça que estava atendendo aqui?)
- Hãn?
- Aow piuoaw bvuai pansbourdar!
(Tradução: A pia vai transbordar!)
- Como, moça?
- Eou wrãno sconseiii vefchar a pordeira!
(Tradução: Eu não consegui fechar a torneira!)
- Desculpe eu não estou entendento.

A água começou a passar da pia para a bancada, estava se espalhando e ia começar a derramar feito uma cachoeira pelo chão, quando ela resolveu entrar salão a dentro, deixando toda a timidez de lado:

- Cavde a mofcha que travaw avdentenvdo afquiw?
(Tradução: Cadê a moça que estava atendendo aqui?)

A moça finalmente apareceu.

- Eou wrãno sconseiii vefchar a pordeira e tfa drerramow!
(Tradução: Eu não consegui fechar a torneira e está derramando!)

Quando a atendente chegou na pia já era tarde. Pia esborrotando, água na bancada, no chão... então ela tirou o registro da torneira, recolocou, fechou tranquilamente e disse sorrindo:

- É porque essa torneira não está fechando direito e as pias ficam entupidas por causa das folhas e sementes de eucalipto que caem na caixa d'água.

.:. Primeiro pensamento: %$*#&%$#@*&
.:. Segundo pensamento: Pra que escovar os dentes depois das refeições?
.:. Terceiro pensamento: Bem que poderia ter um aviso de que as pias estavam interditadas!
.:. Quarto pensamento: Eu deveria ter me desesperado antes!
.:. Quinto pensamento: Na próxima vez que for ao banheiro alheio, verifico se está tudo funcionando antes de usar.
.:. Mais situações desesperadoras aqui, aqui e aqui!

sexta-feira, 29 de maio de 2009

O mistério da cadeira nº13

Nas minhas não pouco frequentes viagens de ida e volta Mossoró-Natal, procuro comprar a passagem com uma certa antecedência e por isso posso escolher o assento que eu achar melhor, no caso: a cadeira nº13, janela. Nela me sinto em casa, seja na ida, seja na volta, seja de dia, seja a noite. Entro, guardo as bagagens no porta-malas, sento, desço o encosto, coloco minha bolsa no cantinho entre meu quadril e a lateral do ônibus, me cubro e durmo, como uma anjinha.

Algumas vezes até ouvi comentários como "Esta moça gosta de dormir, viu!" ou "Oh sono bom danado!", mas é a paz que só a cadeira nº13 me traz. Tem vezes que nem noto o ônibus parando em Lajes, que fica na metade do caminho, ou se noto nem faço questão de sair do meu sossego. Eu, minha garrafinha d'água e meu lençol branco. Inclusive, este é um dos mistérios.

Eu já notei que todas as vezes, sem exceção, que me cobri dos pés a cabeça com o grande escudo protetor de todas as crianças (é que às vezes deixo o lençol só até o pescoço) a pessoa que estava do meu lado sumiu. É isso mesmo! Quando eu entro no ônibus tem sempre alguém na cadeira nº14, aí eu peço licença, sento, faço todo o ritual e quando acordo... que olho para o lado (pasmem!) não tem ninguém! É um fenômeno inexplicável, como se a cadeira nº13 fizesse isso para que eu tenha mais espaço e conforto!

E como se fosse um castigo ou maldição, todas as vezes que não deu certo sentar lá ocorreram sérios problemas! Uma vez fiquei embaixo do ar-condicionado pingando e não tinha lugar sobrando para que pudesse me mudar. Outras fiquei no corredor e lá não consigo pregar o olho! Eu penso que minha bolsa vai cair, que meu lençol vai cair, que minha garrafinha vai cair, que meu braço vai cair e alguém vai passar, bater nele e sair levando até quebrar. Não dá!

Teve outra vez que uma senhora, que certamente não teve tempo de tomar banho antes dessa viagem, a saber pelo odor de suas axilas, veio o caminho todo tossindo e com a luzinha acesa nas nossas fuças tentando ler a bíbia. Oh, céus! Deus que me perdoe, mas não tinha outra hora pra fazer isso não?! Bem que se eu tivesse na cadeira nº13 teria feito a mágica de cobrir a cabeça com o lençol branco, hehehe.

Sem contar a vez que foram três crianças nas cadeiras à minha frente. Duas imediatamente à frente e outra (deficiente) à frente dessas duas. A viagem inteira essas crianças ou gritaram ou brincaram ou cantaram ou choraram! Minha gente, preciso tirar o chapéu para a paciência daquelas mães. Mas moi, que já estava sofrendo longe da minha cadeirinha, morrendo de sono, não pude dormir nem um segundo.

É impressionante como em outro lugar definitivamente não descanso! Tenho pra mim que azar é não sentar na cadeira nº13, hein!

.:. Para uem não é medroso(a), tem outro mistério nesse link!

quinta-feira, 7 de maio de 2009

11 expressões usadas pelas mulheres e seus significados



1 - "Certo": Esta é a palavra que as mulheres usam para encerrar uma discussão quando elas estão certas e você precisa se calar.

2 - "5 minutos": Se ela está se arrumando significa meia hora. "5 minutos" só são cinco minutos se esse for o prazo que ela te deu para ver o futebol antes de ajudar nas tarefas domésticas.

3 - "Nada": Esta é a calmaria antes da tempestade. Significa que ALGO está acontecendo e que você deve ficar atento. Discussões que começam em "Nada" normalmente terminam em "Certo".

4 - "Você que sabe": É um desafio, não uma permissão. Ela está te desafiando, e nessa hora você tem que saber o que ela quer...e não diga que também não sabe!

5 - Suspiro ALTO: Não é realmente uma palavra, é uma declaração não-verbal que frequentemente confunde os homens. Um suspiro alto significa que ela pensa que você é um idiota e que ela está imaginando porque ela está perdendo tempo parada ali discutindo com você sobre "Nada".

6 - "Tudo bem": Uma das mais perigosas expressões ditas por uma mulher. "Tudo bem" significa que ela quer pensar muito bem antes de decidir como e quando você vai pagar por sua mancada.

7 - "Obrigada": Uma mulher está agradecendo, não questione, nem desmaie. Apenas diga "por nada". (Uma colocação pessoal: é verdade, a menos que ela diga "MUITO obrigada" - isso é PURO SARCASMO e ela não está agradecendo por coisa nenhuma. Nesse caso, NÃO diga "por nada". Isso apenas provocará o "Esquece").

8 - "Esquece": É uma mulher dizendo "FODA-SE !!"

9 - "Deixa pra lá, EU resolvo": Outra expressão perigosa, significando que uma mulher disse várias vezes para um homem fazer algo, mas agora está fazendo ela mesma. Isso resultará no homem perguntando "o que aconteceu?". Para a resposta da mulher, consulte o item 3.

10 - "Precisamos conversar !": Fodeu !!, você está a 30 segundos de levar um pé na bunda.

11 - "Sabe, eu estive pensando...": Esta expressão até parece inofensiva, mas usualmente precede os Quatro Cavaleiros do Apocalipse...
É isso aí !

Ps: Essa recebi por e-mail e achei muito interessante, decifrante até... Como não veio com o nome do(a) autor(a) para eu dar os créditos, meu agradecimento vai para a amiga que me enviou: Beijo, Fer!

domingo, 26 de abril de 2009

SEMANA que precisei ser SANTA

Teoricamente, fui passar a Semana Santa em Natal. Quarta saí logo correndo com as malas e as cuias, ia ficar até o Domingo de Páscoa. Só que Mainha e Painho resolveram vir pra Mossoró assim que eu cheguei lá (pode acreditar!): passear, conhecer minha casinha, escruvitiar e deixar minha geladeiraaaa (na verdade, mini-geladeira), grazadeus! Obrigada, Senhor... pela água gelada de cada dia no calor manso de mais de 35 graus, pelo ovo de cada manhã, pela maçã nas horas famintas, pelo chocolate não derretido e pelo queijo não estragado do meu pão, amém! Mas como já estava lá, quarta e quinta passeamos um bocado.

O caso é que Painho resolveu que não viriam mais e eu fui, com o queixo encostando no joelho de tristeza, comprar minha passagem de volta. Como tinha acabado a cota de estudante, comprei uma inteira com ódioooo eterno e para o Domingo à noitinha, num ônibus extra já! Digaê! Mó agonia. Só sei que quando cheguei em casa com a suada passagem em mãos, Painho disse que liberava Mainha para vir sozinha comigo ¬¬.

Viemos então na sexta, de carro, as duas. Estava previsto para sairmos às 13h no máximo, para ainda chegarmos de dia, mas devido a alguns atrasos típicos de viagens de última hora e também o fato de Painho chegar no quarto, com o bico arrastando no chão, lembrando que eu não cortei o cabelo dele, antes de sair ainda fui cumprir esse meu papel de filha atenciosa... e se não cooooorto...!

Só sei que saímos mais de 15h e viemos o caminho todo debaixo de chuva. Quando escureceu, ainda estávamos passando de Angicos, foi quando a chuva engrossou. O farol do carro é pessimo, os carros que vinham de frente encandeavam e o acostamento não tinha faixa pintada para eu me basear do limite da pista, ou seja, quase parava cada vez que um carro me cruzava na estrada, mó pressão! E para completar, como desgraça pouca é bobagem, o limpador de pára-brisa quebrou! Hoje dá vontade de rir mas no dia a vontade foi de chorar.

Então, a super-ninja-mega-power aqui respirou fundo e tratou de ter atenção e calma redobrada. A grande estratégia foi ficar atrás de algum carro que não estivesse indo muito veloz para que ele pudesse nos servir de guia. A escolhida foi uma Ranger branca. A bicha andava devagar, chegava a 40 km/h e eu não ultrapassava, ia pro acostamento pra me dar a vez e eu não passava. Depois de um tempão, por certo o povo do carro achou que era uma tocaia e resolveram parar o carro no meio do nada, por certo pra gente abordar logo com os fuzis. Mas como não tínhamos, o jeito foi ultrapassar, pro povo poder viajar sem tremer as pernas de medo das duas marginais do Fiat Uno - eu e Mamis.

E foi bem mais perto de Natal pra Assu do que de Assu pra Mossoró. Era tudo que é reza e num chegava: "Ave Maria cheia de graça, freie que eu não tou vendo nada, o Senhor é convosco, bendita sois vós, minha filha, que chuva é essa! Entre as mulheres..."

Já era 19h quando vimos as luzinhas da cidade acesas (clareando o copo sobre a mesaaaaa, e eu comigo aqui trancadoooo, nesse apartameeeentu-u-uuuu...). Chegamos na chuva, com fome, com sede e o que nos restou foi carregar a bagagem - ê á geladeira! - escada acima. Como já estava com o sangue quente, fui logo arregassando as mangas e carragando as coisas antes mesmo da chuva parar 100%.

Carreguei a geladeirinha sozinha do carro até o pé da escada, ainda tentei subir com ela, mas a escada é estreita demais (a metade de uma normal) e foi o jeito aceitar ajuda da flor maior do meu jardim. Cheguei lá cima com os braços doendo e as pernas cheias de roncha, mas como se diz aqui em Mossoró: "deu certo".

Depois das programações de Sexta chuvosa à noite, Sábado (façam o rocambole de bacalhau com massa de suflê de queijo que tem no site do programa de Ana Maria Braga) e Domingo... Segunda-feira minha bichinha foi embora sozinha, na chuva, de volta pra casa.

Estão vendo a quem eu puxo? E depois ela ainda abre a boca pra dizer que "essa menina não tem medo de nada". E fiquei aqui morta de preocupada contando os minutos até ela ligar dizendo que chegou. O que durou menos de três horas. E depois ela ainda abre a boca pra dizer que "essa menina corre demais, devia andar mais devagar, não sei que pressa é essa".

Beijosecuidem!

terça-feira, 17 de março de 2009

Gente fina



Hoje recebi por e-mail um texto da jornalista e escritora Martha Medeiros, que me fez pensar um pouco. Percebi que é dessa maneira que eu procuro ser e que algumas pessoas queridas ao meu redor são: gente fina!

Gente Fina...

Gente fina é aquela que é tão especial que a gente nem percebe se é gorda, magra, velha, moça, loira, morena, alta ou baixa.
Ela é gente fina, ou seja, está acima de qualquer classificação. Todos a querem por perto.
Tem um astral leve, mas sabe aprofundar as questões quando necessário.
É simpática, mas não bobalhona.
É uma pessoa direita, mas não escravizada pelos certos e errados: sabe transgredir sem agredir.
Gente fina é aquela que é generosa, mas não banana.
Te ajuda, mas permite que você cresça sozinho.
Gente fina diz mais sim do que não, e faz isso naturalmente, não é para agradar.
Gente fina se sente confortável em qualquer ambiente: num boteco de beira de estrada e num castelo no interior da Escócia.
Gente fina não julga ninguém - tem opinião, apenas.
Um novo começo de era, com gente fina, elegante e sincera. O que mais se pode querer?
Gente fina não esnoba, não humilha, não trapaceia, não compete e, como o próprio nome diz, não engrossa.
Não veio ao mundo pra colocar areia no projeto dos outros.
Ela não pesa, mesmo sendo gorda, e não é leviana, mesmo sendo magra. Gente fina é que tinha que virar tendência. Porque, colocando na balança, é quem faz a diferença.

MARTHA MEDEIROS

Um beijo pra Fer, porque ela é muito gente fina de ter me mandado esse texto! Muahhh! :*

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Psica de Norte


Dizem que as mulheres não têm bom senso de direção. Bem, este não é o meu caso, minha cabeça raciocina masculinamente nesse sentido. Muito tranquilamente consigo seguir mapas e croquis, ensinar a localização de lugares e lembrar nomes de ruas. Eu diria que tenho boa "Memória Geográfica"(?).

Tudo isso graças a minha Psica de Norte. Como assim? Vou tentar explicar. Seja qual for o lugar do mapa que eu estiver, procuro o Norte. Então concluo: se o Norte é para aquele lado, o Sol nasce ali, morre acolá e minha casa é para aquela direção. Pronto! Simples assim.

Se bem que para isso é preciso desenvolver uma atenção especial quando se está em movimento. Seja de carro, ônibus, trem, avião ou bicicleta, a cada curva o norte muda de lugar em relação ao referencial da minha pessoa, ou melhor, eu mudo de direção em relação ao Norte. A cabeça fica no automático: o Norte está a minha esquerda, curva para a esquerda, o Norte está a minha frente, curva para a esquerda, o Norte está a minha direita, são 17 horas, o Sol está a minha frente. Eu sabia!

Quando vou ou estou em algum lugar novo sempre me localizo usando esse raciocínio, de forma que quando chego num determinado local, geralmente o caminho percorrido está desesenhado como um mapa aqui dentro da minha cabeça. Se você prestar bem atenção, assim fica muito mais fácil de encontrar lugares, voltar para casa e aprender novos caminhos. Com esse pensamento você sempre vai saber para que lugar está indo e de onde veio.

Coisa de louco? Cada um com sua mania. Eu sou eu, você é você e Jacaré é o dançarino do "É o tchan!". Tudo depende do ponto de vista.

Por falar em geografia, quero mandar um alô para a galera que sempre me visita em: Mossoró-RN, Natal-RN, Fortaleza-CE, Floriano-PI, Manaus-AM, Recife-PE, Aracaju-SE, Salvador-BA, Uberlândia-MG, Belo Horizonte-MG, Barbacena-MG, Ribeirão Preto-SP, Campinas-SP, São Vicente-SP, São Paulo-SP, Rio de Janeiro-RJ, Nova Friburgo-RJ, Cascavel-PR, Porto Alegre-RS, Santa Cruz do Sul-RS, Pelotas-RS e um 'hello' para os visitantes dos EUA, Alemanha, Suíça, Bélgica e Japão.
Na próxima, deixem um comentário, pessoal!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Me dá um lençol que estou com calor!


Uma boa maneira de comprovar que gostamos de uma coisa é quando decobrimos que realmente não gostamos do seu oposto. Vou explicar: eu adoro calor, portanto não gosto de frio... ou melhor, eu não gosto de frio e por isso prefiro o calor.

Para falar a verdade não é que eu não goste de frio, o caso é que definitivamente não sei lidar com ele, nem conviver com ele. Fato. O tempo que morei no Sul me fez ter certeza absoluta disso. Por mais esforço que fizesse pra gostar, me agasalhasse, procurasse programas legais pra se fazer no frio, a verdade é que eu sofria. Eu sofro até com vento de ventilador, me cubro dos pés até a cabeça e chego a tremer. E isso aqui no nordeste. Sério mesmo! Até quando estou em Mossoró durmo com uma coberta bem grossa e com o ventilador virado para outro lado que não seja o meu, ou desligado. Quando o tempo começa a ficar ameno, começa e me dar uma agonia no juízo, um incomodo sem fim, um medo. Pronto, descobri. Eu tenho medo de frio. E tenho certeza que o inferno é gelado :-o

Com o calor tudo muda. E antes que hajam questionamentos: sim, eu sinto calor! Mas ele não me incomoda. Suar não me incomoda, o sol não me incomoda, o cabelo pregando no pescoço não me incomoda. É bem assim mesmo. Adoro todos os programas de calor e mesmo os programas de frio no calor: praia, sorvete, sopas, fondue, andar de bicicleta, filme, edredon, vários banhos no mesmo dia. Tudo combina com calor. Além do mais, é bem mais fácil se vestir, posso até usar vestidos o ano inteiro! Porém devemos lembrar que as altas temperaturas também requerem cuidados especiais, hein! Não vamos esquecer do filtro solar, de comer bastante frutas e verduras, de beber muita água e do desodorante. Por favor! kkkkkkkk...

Ahhh... o verão! Já estou com saudades!

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Tudo são fases

De uns tempos para cá tenho ouvido bastante que estou "diferente", o jeito que falam me faz perceber que, geralmente, isso não é um elogio. Pois bem, a boa notícia é que eu não mudei. Eu, na verdade, evoluí.

- Mas mesmo assim! Você não era desse jeito sério!
- Gente, eu sou uma pessoa séria! kkkk...

Está bem. Vamos falar sério agora. Existe vários fatores que fazem as pessoas mudarem de comportamento, mesmo que temporariamente, é o caso deste ser que vos escreve.
Desde sempre fui uma pessoa meio (muito) elétrica, falante, alegre, extrovertida, otimista... alguém aparentando um certo grau de segurança, jogo de cintura diante dos problemas e, o mais importante, muito disposta. Os defeitos continuam os mesmos, eu acho.

De uns tempos pra cá, depois de algumas mudanças drásticas e consecutivas da minha vida, precisei passar por uma revisão interna de conceitos, modo de vida e foco. Não foi a minha empolgação que passou, não se preocupem. Ela está aqui dentro e não poucas vezes aparece. Acontece com todo mundo, acredito eu.

Estou concentrada. Sabe quando se chega numa fase que vem aquele sentimento de "é hora de resolver a minha vida"? Foi isso que aconteceu.

Quem é próximo de mim sabe que eu não aguento um "vamo". O que muda hoje é que desprendo menos energia para suprir o que todos esperam de mim, tento respeitar mais o meu ritmo e necessidades. Momento de introspecção, auto-conhecimento, definição dos caminhos que julgo valer a pena, a busca pela felicidade e paz.

Calma! Ainda sou meio louca, estabanada, cheia dos repentes... e gosto daquele ritmo frenético de vida. E ainda serei mais presente. Cada coisa em seu tempo, em sua hora. Até as minha piadas :)

Pronto, desabafei!
Obrigada, tá? Por tudo!
Não esqueci de nada, nem de ninguém!