quarta-feira, 23 de maio de 2012

Vó é aquela mãe que não lhe repreende, que finge que não viu quando você errou. Ou que vê tudo, não disfarça e ainda assim lhe ajuda, acoberta. É aquela que sempre acha que você deveria ter comido mais. Que acha que você ainda é neném mesmo depois que cresce, que brinca com você até quando você já é adulto... aquelas brincadeiras que você só tem com ela e com mais ninguém.

Vó tem um afago diferente que nenhuma pessoa tem, um jeitinho de olhar e de alisar a cabeça da gente com tanto amor e proteção, isso eu tive das minhas duas, que tive a graça de conviver. Uma se foi a um ano... às vezes choro pensando nela, sentindo saudades da presença dela, eu acho tão lindo pensar que ela cuidou do meu pai até ele virar homem... e ainda cuidava.

Outra se foi a dois dias, ainda tá doendo tanto, tanto... ela morava conosco desde que eu era muito pequenininha. Quase não tenho lembranças da nossa casa sem ela. Quando se mudou pra casinha dela, no mesmo terreno da nossa casa, eu me mudei com ela, fui embora... e quando vovô se foi e deixou a casinha só, era um quarto pra nós duas lá em casa. Eu era tão apegada, foi ela que me ensinou a rezar e que me levava na missa quando era criança. A gente brincava de cabeleireira, fazia mil penteados e ela dizia que todos estavam lindos! Fazia três, quatro, cinco esculturas na cabecinha branca e ela nem pedia pra parar, tinha dia que até dormia :) Eu pedia pra ela contar como eram as festas no seu tempo e a tirava pra dançar forró no meio da sala... ela dizia "deixa de serviço, mulher" como quem tava brigando, mas ria e continuava dançando. A gente se cumprimentava fazendo careta, mas ninguém via! :) Era segredo.

Quem tem vó ou é vó sabe como é. Tchau, vovozinha amada, vou sentir tanta falta de chamar "Vovó"