sexta-feira, 6 de maio de 2011

Em busca do carro perdido



Lá fui eu toda animada no Alecrim comprar presentes pra criançada e como sempre estava tudo lotado, sem vaga, daquele jeito. Passei pelas ruas que tenho costume de estacionar e nada. Foi quando deu um rompante de esperteza maior que sempre:
- "Vou colocar o carro numa rua mais afastada, assim me livro do miolo do trânsito e não demoro tanto em busca de vaga".
O único ônus seria andar um pouquinho (atenção para o "pouquinho"). Santa idéia.
Mais longe e bem loguinho encontrei vaga. Toda satisfeita, toda serelepe. E era um lugar muito amplo, muito fácil e não tinha nem jeito de esquecer.
Fui beeeem distraída e bem calma procurando, escolhendo com carinho, andando de loja em loja até o miolo. Escolhi os presentes, pedi para embalar, agradeci, sorri e saí em busca do carro. O objetivo era apenas esse, cumprido (e comprido, eu não sabia).
Caminhei por outra rua, afinal eu sabia demaaaaaais onde o carro estava, nem me preocupei com o trajeto. Nem na ida, nem na volta. Caminhei, caminhei, caminhei...
- "Era nessa rua... não, era mais ali na frente. Será? Mas será que era por aqui mesmo?"
Caminhei mais, entrei e saí de rua, olhei, me estiquei procurando e nada.
- "Mas eu tinha certeza que estava por aqui!"
E vi uma rua bem familiar. Toda sorridente na rua a baixo (vai, minha filhaaa). Mas o carro não aparecia. Não sei explicar por quê. Estava ficando tão longe, o sol estava tão quente, os pés estavam tão doloridos, a sede estava tão grande e o carro estava tão sumido.
- "Meu Deus, será que roubaram?"
Pensei em parar, avisar em casa o motivo da demora e isso me dava mais vontade de rir do que chorar. Parei numa sorveteria, ia pedir uma água. Abri a bolsa para pegar o...
- "Cadê meu celular???"
Foi nessa hora que a vontade de chorar ficou maior do que a vontade de rir. Nem comprei a água e saí pensando numa estratégia para encontrar o carro porque nessa hora já tinha me convencido que não estava no lugar certo, pois eu não tinha andado tanto assim na ida.
O segundo rompante de esperteza maior que sempre foi voltar para a rua por onde entrei no Alecrim e fazer a pé o mesmo percurso que eu fiz com o carro até chegar no local exato que estacionei. Não ia ter erro!
Com o bico pendurado e a vontade de rir totalmente sumida, tomei a decisão que ia fazer isso mesmo! Mas precisava tomar ao menos uma águinha, porque eu sou lesada mas sou filha de Deus! Atravessei a rua, entrei numa farmácia/conveniência, comprei a água e fui me encostar na parede do lado de fora, bebendo água e contemplando o mormaço subindo no asfalto. Bebi um gole e quando olho para o ladooo... Genteeeeee, o carro apareceu do nada! Crêem???
Me deu uma vontade de chorar de tanto rir e eu fui embora sem telefonar pra seu ninguém pra contar da minha demora! kkkkkkkkk...

Que foi? Vai dizer que nunca perdeu o carro? :)

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O poder de controlar mentes


Começando pela própria mente.

Nunca gostei de sofrer. Poque dói. Até concordo que em alguns casos, num primeiro momento, não tem muito como dominar. Aliás, que fique bem claro que não estou falando em mandar nos sentimentos, este já é outro departamento. Estou falando em direcionar a mente e as energias para longe do que trás sofrimento, não se entregando a negatividade. Se não der para resolver, dá ao menos para amenizar.

A técnica serve para momentos de decepções, dores, angústias e até pesadelos. Sim, pesadelos. Sabe aqueles maus sonhos nos quais não se consegue gritar para pedir socorro, nem correr de um ser ameaçador? Terrível, não é? E aqueles sonhos recorrentes, que de tempos e tempos voltam, idênticos, a perturbar? :-O

Meu sonho recorrente era que uns homens fardados e armados estavam invadindo as casas da vizinhança. Eu, sozinha em casa com minha avó, ficava agoniada para fechar as portas, enquanto vovó queria, antes disso, tirar uns brincos que estavam incomodando e que não estavam desatarraxando. O sonho acabava quando éramos surpreendidas por eles no quarto, com tiros. Desde pequenininha, o mesmo sonho.

Agora, o segredo.

A tática do controle mental para resolver este tormento é a seguinte: Lembrar que é um sonho... e seu! Se é seu, você manda! Já mandei lobos pararem de correr atrás de mim, ladrões baixarem as armas e os invasores da minha casa irem embora. Ora, o sonho é meu! Eu que mando.

E como lembrar que é sonho no meio do sonho? Simples! Caso haja qualquer dúvida (por menor que seja) que aquela situação é real, elementos estranhos ou impotência demasiada, como não poder gritar, é ficção! Não tem errada! Quando as coisas são realidade, temos plena consciência disso.

Funciona, hein!
cada um controla o que pode ;)

Ps: Qual o sonho recorrente de vocês?

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Maratona de sorte!

O dia começou ainda de madrugada quando as moriçocas não nos deixavam dormir. Eu e João resolvemos passar a noite em Tibau e voltar cedo para Mossoró, onde eu pegaria o ônibus para Natal.

Então foi levantar as 5 hs da manhã, secar colchão de ar, arrumar o restante das coisas e zarpar. O primeiro lance de sorte foi fazer um lanche na rodoviária, o que normalmente não faço, e o segundo foi ir ao banheiro, mesmo sem ter papel. Mais na frente você entenderá o porquê.

Com mais de meia hora de atraso, chega o ônibus. Como sempre: sentei, deitei e dormi. E faltou coragem de descer pra comprar água no meio da viagem, o que também foi positivo, pois me poupou de ter vontade de ir ao banheiro antes do tempo. Que tempo? Muito tempo!

Passando de Parnamirim, quando já me sentia em casa e sentia o cheiro da comidinha da mamãe, o motorista avisou que a "Ponte Velha", que hoje é uma tubulação que passa abaixo da BR 101, pouco antes da entrada da Av Maria Lacerda, desabou. Talvez não pudéssemos passar pelo local, tivéssemos que voltar para Macaíba e fazer a volta para entrar em Natal pela Zona Norte, direto para a Rodoviária. Mas só faltava 2 km para a minha casa! Já pensou?

Mas, como diria meu irmão, "o milagre é a última esperança que morre". E fiquei fazendo pensamento positivo para que o ônibus pudesse passar e seguir viagem pelas vias normais. E foi liberado! :). Muita sorte! Só que não andava :(. E Painho lá esperando por mim, a um pouco mais de 1 km. A viagem que era para terminar às 11 hs, às 13 hs ainda não tinha acabado.

Pensei em descer e ir andando, afinal era um pouco mais de 1 km. Mas como o trecho de pista que faltava é circundado por matagais, não achei uma boa idéia. Porém, quando a sorte está ao nosso lado, os problemas se resolvem :). E mais pessoas decidem descer! Eis a minha oportunidade, já que ninguém poderia me buscar, pois na volta seria o mesmo engarrafamento para enfrentar.

Realmente 1 km e meio não é tanto assim, desde que não esteja no sol das 13-e-alguma-coisa, que não se tenha mala pesada (sem rodinhas) para carregar, nem um saco de sapoti e nem sandálias inapropriadas!

Então, para animar o percurso, dois meliantes que estavam esperando ônibus no sentido Natal-Parnamirim resolvem voltar na direção Parnamirim-Natal, coincidentemente e curiosamente na mesma hora que passei cachingando e carregando peso. Mais que depressa cachinguei para o meio dos carros, onde aqui, acolá aparecia um membro do exército ou da polícia rodoviária federal. Muita sorte de ter percebido isso no meio do sufoco, não é?

De longe eu via Painho e Mainha me esperando, feito uma miragem. Então quando fui me aproximando, fui notando que os pés suados roçando nas sandálias inapropriadas estavam formando bolhas. E comecei a andar com os pés de lado, onde também começava a arder formando mais bolhas. Cheguei andando manca e esbaforida feito um maratonista que vem machucado de um longo percurso e é recebido com palmas.

Um dia ainda vou participar de uma maratona. Ok, meia maratona está bom.