sexta-feira, 29 de maio de 2009

O mistério da cadeira nº13

Nas minhas não pouco frequentes viagens de ida e volta Mossoró-Natal, procuro comprar a passagem com uma certa antecedência e por isso posso escolher o assento que eu achar melhor, no caso: a cadeira nº13, janela. Nela me sinto em casa, seja na ida, seja na volta, seja de dia, seja a noite. Entro, guardo as bagagens no porta-malas, sento, desço o encosto, coloco minha bolsa no cantinho entre meu quadril e a lateral do ônibus, me cubro e durmo, como uma anjinha.

Algumas vezes até ouvi comentários como "Esta moça gosta de dormir, viu!" ou "Oh sono bom danado!", mas é a paz que só a cadeira nº13 me traz. Tem vezes que nem noto o ônibus parando em Lajes, que fica na metade do caminho, ou se noto nem faço questão de sair do meu sossego. Eu, minha garrafinha d'água e meu lençol branco. Inclusive, este é um dos mistérios.

Eu já notei que todas as vezes, sem exceção, que me cobri dos pés a cabeça com o grande escudo protetor de todas as crianças (é que às vezes deixo o lençol só até o pescoço) a pessoa que estava do meu lado sumiu. É isso mesmo! Quando eu entro no ônibus tem sempre alguém na cadeira nº14, aí eu peço licença, sento, faço todo o ritual e quando acordo... que olho para o lado (pasmem!) não tem ninguém! É um fenômeno inexplicável, como se a cadeira nº13 fizesse isso para que eu tenha mais espaço e conforto!

E como se fosse um castigo ou maldição, todas as vezes que não deu certo sentar lá ocorreram sérios problemas! Uma vez fiquei embaixo do ar-condicionado pingando e não tinha lugar sobrando para que pudesse me mudar. Outras fiquei no corredor e lá não consigo pregar o olho! Eu penso que minha bolsa vai cair, que meu lençol vai cair, que minha garrafinha vai cair, que meu braço vai cair e alguém vai passar, bater nele e sair levando até quebrar. Não dá!

Teve outra vez que uma senhora, que certamente não teve tempo de tomar banho antes dessa viagem, a saber pelo odor de suas axilas, veio o caminho todo tossindo e com a luzinha acesa nas nossas fuças tentando ler a bíbia. Oh, céus! Deus que me perdoe, mas não tinha outra hora pra fazer isso não?! Bem que se eu tivesse na cadeira nº13 teria feito a mágica de cobrir a cabeça com o lençol branco, hehehe.

Sem contar a vez que foram três crianças nas cadeiras à minha frente. Duas imediatamente à frente e outra (deficiente) à frente dessas duas. A viagem inteira essas crianças ou gritaram ou brincaram ou cantaram ou choraram! Minha gente, preciso tirar o chapéu para a paciência daquelas mães. Mas moi, que já estava sofrendo longe da minha cadeirinha, morrendo de sono, não pude dormir nem um segundo.

É impressionante como em outro lugar definitivamente não descanso! Tenho pra mim que azar é não sentar na cadeira nº13, hein!

.:. Para uem não é medroso(a), tem outro mistério nesse link!

6 comentários:

Marcela Gonçalves dos Santos disse...

Ai amiga ,tu e tuas psicas .....

Agda Dantas - Encontros e Desencontros... disse...

Gostei da história! É interessante seu dom de observar e de transformar fatos simples em grandes histórias...
E... coincidência ou não, conselho, compre sempre suas passagens atencipadas! Assim vc garante uma viagem feliz! huhuhuhuhu

Arquiles Petrus disse...

No meu caso, durante viagens no trecho SOUSA(PB)-RECIFE é a cadeira 22 de me deixa relaxado! ô cadeira pra me perseguir... rsrsrs até gosto, lá me sinto como voce: em casa.

João Paulo (GaMbÉ) disse...

aeuhahuahu a cadeira 13 é uma espécie de portal para alguma dimensão dominada pelos deuses do sono. Quando eu for viajar de onibus eu vou procurar essa cadeira 13, mas mermo assim vou tomar um sonifero, so pra garantir :D

Michelly disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk...


Tia Kelma e Tia Fátima tb têm as preferidas delas! Não lembro quais, mas têm! :D

Xêrusss

Anônimo disse...

ahh quem diz q o 13 é número de sorte...